domingo, 27 de setembro de 2009

zunido

de repente as palavras
ficaram mudas na minha mente
não sai
não vem
é só um zunido agudo
no ventre do meu ouvido

e eu

não sei o que isso quer dizer.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

chuva parisina

chuva caiu anunciando a mudança
chuva nas águas roladas do céu


chuva forte,
rara,
chegou hoje aos céus de paris,
foi o tempo de mais um cigarro.

carona desconhecida no meu guarda chuva azul,

paris e a chuva,

essa gente que não se conhece,
essa estrangeridade que permanece,

paris hoje pareceu aos meus olhos
filme de cinema francês,


choveu,
porque começa a mudança.

vai novamente ficar frio por aqui.

domingo, 6 de setembro de 2009

trens

Vou comprar todos os bilhetes de trem que me aproximarem de você.

o seu olhar.


Entre o pedaço de estrada
que me leva até você
dorme calada toda a minha saudade
que corre desenfreada obstinada,

Rever o reflexo
das minhas formas
no imenso azul
que mora em silêncio de águas
no fundo profundo
dos olhos teus.

a estrada.

Sabiámos da estrada o passo.

De pés juntos.

Minhas mãos entre as suas.

Meu sorriso nos seus lábios.

Inevitável. Percurso.

O desconhecido.

Aventura da estrada ainda não traçada.

Não há receio.

Juntos somos muitos.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

partida


as partidas e chegadas e repartidas das suas idas e vindas malas feitas e desfeitas cama vazia chuveiro que chora mais um dia de partida quando você volta volta sempre volta agora e não me deixa nunca mais barulho de despertador que acorda cedo o trem vai partir em uma hora então café em uma xicara grande porque ainda dorme ainda sonha e quer ficar mas não pode então corre porque a mala pronta já te espera ansiosa na porta de saída e te vejo partindo descendo as escadas entrando na rua e sumindo na esquina fiquei na janela chorei na sua espera na casa falta uma parte suas mãos o seu cheiro a minha parte o meu sorriso você leva embora embora contigo por isso não demora e retorna-te a mim o mais rapido impossivel.