sábado, 28 de março de 2009

notre dame de paris

o dia em que a gente não viu maguy marran

Não deu.

o tempo corre mais pra frente do que a vontade das pernas.
os trens nem sempre chegam no horário marcado.
taxi em paris é metáfora
os amigos...
a gente encontra em noites inesperadas.

engraçado e bonito,
ele se lembrava que eu estava tomando chá
na primeira noite em que nos vimos.
deve ter mesmo boa memória...

bonito mesmo foi ver augusto boal,
gritando (ainda e sempre) toda a sua crença no impossível.
bonito essa gente corajosa e romântica de um brasil
sessenta com cheiro de revolução.
porque esse povo parisino de inteligência eloquente,
tem medo de gritar sua dor, seus arroubos de paixão,
de se mostrar frágil e sonhador.

ás vezes me sinto mesmo deslocada do tempo.
porque acredito ainda e sempre,
e procuro nos espaços toda e qualquer forma de amor.

e dentro desse espaço sem tempo que é a minha casa,
hoje ele me trouxe uma vitrola,
coisa de outro tempo,
e enfim eles,
cantaram pra mim!
beatles na vitrola,
me faz pensar em alguém que nunca existiu!

a gente é pra sempre silêncio?

silêncio.

ele nunca mais falou nada.

ele disse hoje que vinha,
e ele vem!
estava assim marcado,
que na primavera amarela de oxum,
ele viria denovo me olhar!

curiosidade de menino...

bistrô francês,
risadas, vinhos,
profiterolis e contenção.
a gente criava personalidades
para o nosso romance inventado.

paris,
encantada paris de encontros possíveis.
paris que me trouxe liberdade,
que contornou minhas formas,
paris que me faz sonhar ainda mais.
paris que me faz mudar.

mudar, modificar, alterar,
gritava boal!
é preciso transformar a nossa sociedade.

eu sei sobre o que ele estava gritando.
e por isso não há outra maneira de ser,
sou um ser do teatro,
e pra aqueles que ainda resta
a esperança de que eu desista,
digo-lhes,
papai mamãe,
c'est encore possible!!!
não vou desistir!

marthinha me ensinou
que sábado é dia de moça charmosa
de águas doces e flores amarelas,
fiz um pedido para essa moça,
e ela me trouxe em dobro,
em triplo,
novos amores...

vou continuar pedindo,
pois tenho mel na boca,
e vontade grande de conhecer o mundo.

enfim,

a maguy,
a gente vai deixar mesmo para outro dia...

afinal, como dizia aquele clássico bem sabido...

quem espera sempre alcança!

quarta-feira, 25 de março de 2009

antes do meio dia

antes mesmo do meio dia.

ela acordara para um novo dia.

e seria até meia noite, noite.

seus passos tortos.

suas mãos a procurar.

olhos silenciosos.

curiosidade e medo.

ela ainda amava o amor.

esse novo dia.

de chuva e sol.

ela era ainda.

espera.

que espera em silencio de chuva.

tempestade.

fingindo ter paciência.

le printemps arrive!

24 mars

antes de dormir,
ela quis acordar pra sempre,

o tempo sempre passa.
passa sempre o tal do tempo!

colocou jonhy cash na vitrola pra cantar u2,
one love one heart,
e esparramou se em palavras de um amanhã.

antes do sinal fechar,
ela perguntou pra ele se ele já tinha amado alguém,
o freio da bicicleta dele gritou alto,
ele já tinha amado,
mas não o suficiente,
ainda via na vida longa a frente,
a possibilidade de amar pra sempre.

ela fazia perguntas
sem pensar na responsabilidade
de adquirir tais respostas,
simplesmente estava curiosa,
queria andar de bicicleta com um novo amigo,
e era bom!
ele tinha mesmo histórias para contar,
e ela ouvidos pra escutar.

tudo funcionava bem,
neste dia ainda frio,
mas já primavera,
ela!

as flores saíram do doce sorriso
que me apareceu na face
quando te vi chegar,
era então prometida sua volta,
eu já a sabia,

ainda fazes em mim,
vontade de beijo
com gosto de eterno,
gozo pra sempre.

ela foi se deitar,
pra acordar com ele,
só depois do meio dia.

ela tinha alguns amigos,

de olhos tristes,
conhecedores de uma grande
e assumida solidão,

amigos pra sempre,
de abraços já feitos,

amigos amantes,
água águada, escorrida,
molhada, me molhava.

que bom que voltaste!

segunda-feira, 23 de março de 2009

terça-feira, 17 de março de 2009

le cinema!

era branca a manhã que amanhecia

Uma nova manhã acordou em mim. E era branca e calma a nova imagem que existia. Espreguiçava seus pedaços e ia aos poucos se colando em minhas formas femeninas. Falava nova língua. Gostava de outros sabores. Mais silenciosa do que a outra que antes me habitava., era a mesma, não fosse o tempo que passava. O tempo que trazia novos horizontes, um pouco mais acima que o habitual. Ao norte, ao centro. De repente chegou em mim esse novo continente. Novos gestos e uma tal liberdade de sorriso largo e outras possibilidades. Me deitei enfim nesta cama branca e calma. E descobri que por vezes é mais fácil e prazeroso dizer sim do que resistir. O tempo leva com ele todo instante do eterno presente. Senhor que nos guia. A verdade que não podemos evitar. O tempo que passa, existe e retorna criando novos mesmos sempre outros. Dádiva. Presente. Era branca a neve que me cobria. Era ainda inverno. Era eu sempre aquela. Um novo eu a cada aurora. Me deitando em camas brancas de novas línguas. Me fazendo pouco a pouco outra. Bailarina. Essa branca paisagem que abraça todo meu corpo, e me diz em silêncio palavras de amanhã que ainda não posso compreender, mas que já as sinto pois pressinto sem mais temer este novo vir a ser. O céu sorriu azul e os meninos continuam a fazer cócegas no meu coração. Os meus sonhos continuam coloridos e os encontros me fazem ainda voar. Que caia a neve toda em serpentinas de um gelado carnaval afrancesado. Vou aprender em silêncio os passos deste samba desajeitado.

a caminho de geneve

Tudo nasce de um único espaço. Um espaço que ainda não existe. Um momento de silêncio, que antecede a primeira palavra, que te diz bom dia e te convida a uma nova caminhada. Antes de virar aquela esquina, a estrada parecia infinita e empoierada . Antes de te ouvir dizer bom dia, as palavars pareciam acabadas. Porque o fim chega sempre e fica ali te olhando com cara de fim. Inexistia. Quando você me disse adeus no último outono todas as minhas folhas caíram. Parei de existir. Cada dia, uma vida a menos nascia em mim. Antes de ouvir o silêncio. Antes de escutar um novo bom dia, antes mesmo de cruzar a nova esquina. Entre novos sorrisos. Travessão. Diálogos. Bom dia ! Eu achei que o não era não. E que o sorriso só existia na lembrança do seu beijo. O eterno é um imenso segundo de prazer ou desespero. O eterno é o novo bom dia que me sorriu em uma nova outra boca minha. E eu disse sim. E acreditei que o sim era pra sempre sim. Se fosse assim. Na última noite em que fui feliz, a lua estava cheia no céu de Paris. As mãos do vento me sopravam doces segredos. E as novas esquinas existiam em todos os quarteirões. Gosto quando posso acordar depois do meio dia. Gosto das novas possibilidades de bons dias ! Mas sei chorar as lágrimas da estrada vazia. E espremo ainda sua ausente presença. Adeus sem dizer bom dia. Existiremos ainda em alguma esquina ? Se tudo ainda fizer sentido. Se antes da primavera existir sempre a mesma dor. Se o inverno for eterno branco silêncio depois do último não. Talvez ainda te encontre no próximo quarteirão. Pra te dizer quem sabe bom dia, boa vida, novos camihos. E vai ver então que tudo mudou. Se vivi tanto a tua espera infinita, aprendi a ver entre o invisivel as formas de um novo dia. Eu que não conhecia a neve e os caminhos de bicicleta, me permiti dançar nesse novo palco a velha canção das tristes partidas daqueles que vão. Eu que tinha tantos sonhos, vim buscar nessas novas esquinas coloridas de gainsbourg todas as paixões ainda possiveis. Olhar em silêncio os olhos, na timidez melancólica do meu sorriso escondido.

quinta-feira, 5 de março de 2009

passos

os passos que ela dava
em direção ao sol
a levavam
cada vez mais para longe
e sua imagem
ia diminuindo
na retina daqueles
que ali ficaram
olhando a moça partir
e ela partiu
sua imagem agora
era lembrança
seus passos corriam
ao desconhecido
sua vida
papel em branco
seria ainda escrita
seu corpo
novo lugar
espaço pulsante
redescoberto
na sua boca
uma nova música
cantava o silêncio
sua mais recente companhia
o rio
corria suas lágrimas
as catedrais da nova cidade
o frio nunca sentido
a primavera tão esperada
a poesia se fazia
sua mais nova amizade
a solidão
lugar de espera
nem ela sabia
o porque da sua partida
e se acreditava já esquecida
por aqueles que ela deixara

será sempre assim?
ir ir ir
mudar mudar mudar
recomeçar
que seja!

não importa a onde a gente vá,

sempre existirá uma nova música a dançar!

quarta-feira, 4 de março de 2009

violetas de paris

podem as violetas ainda romperem as rochas?

de paris...

o inverno parasino vai finalmente chegando ao fim, mas o frio ainda existe em alguns corações. o vento quando venta ainda gela o peito rasgado. mas o dia já se deita algumas horas mais tarde. o sol já começa a acariciar a nossa pele. as árvores ainda são cinzas. as flores da primavera, que aqui não é ela e sim ele, só chegam no final deste mês. será que ele chegará com a primavera? quem é ele? eu também não sei, mas o espero todas as noites em silêncio velado. ainda está tudo muito vazio em mim. mas as cartas disseram, afirmaram, gritaram, que tudo vai melhorar! que tudo vai ficar muito bem! que o sol vai enfim brilhar! então eu acredito. a cada manhã. eu acredito que ele virá. mesmo ainda não conhecendo o seu rosto. ou tendo esquecido, no nosso último adeus, daquele dia de sangue jorrado, começo de outono, adeus atrapalhado. porque ainda sinto a sua falta. porque ainda o guardo no fundo de mim. mas já tirei minha bicicleta da
garagem, e a vida é assim metáfora, como um passeio de bicicleta, onde ou você aprende a pedalar, ou você cai. eu já sei pedalar. e estou aprendendo a cair. e depois a levantar. paris. paris ainda enche meus olhos de poesia. ainda encanta as minhas horas vazias. mas aqui deste outro lado vou percebendo como o frio endurece a alma. sol é sonho sonhado. quando ele aparece é dádiva. o sorriso nasceu em um dia de sol. e os dias de chuva fria foram feitos para dizer adeus. eu dancei o nosso adeus ouvindo a valsa de chopin. eu chorei nas manhãs a sua ausência. e gritei nas madrugadas pela sua presença. mas você não ouviu nada. hoje eu falo baixinho o seu nome, com medo que eu mesma escute esse chamado incessante.

o que vim eu fazer em paris? aprender a andar de bicicleta. foi para isso que eu vim.

queria era mesmo conquistar o mundo. queria alcançar bem longe.
alguém me disse que vai tudo mudar. que o futuro próximo está repleto de muitas mudanças. eu acreditei. quero ver tudo mudar. de cabeça pra baixo. pra cima. quero ver tudo dançar. se a mudança é mesmo inevitável, que ela seja senhora do meu jardim.

seu eu estou triste? eu não sei. talvez esteja um pouco. mas não tem nada não. daqui a pouco o sorriso vem tirar férias em mim. e o amor vai me pegar assim. de assalto. na mais nova primavera. e a vida é mesmo assim. um dia chove e no outro dia bate sol.

o desejo até quando é simples, é espera.
a espera ás vezes angustia o peito.
é preciso saber esperar com alegria.
ainda espero. o sol. as flores. um passarinho.

eu vi tapetes voarem no teatro. eu vi mágicos no palco. eu dançei nas horas escuras. eu oro nas noites caladas. eu agradeço aos santos que me guardam. eu resolvi que eu vou acreditar. nesse tal vir a ser, que aqui será. que as novas e boas noticias estão a chegar. que a poesia vai enfim se esparramar. eu decidi que vou. ali. aqui. acolá. que não paro mais.

a vida? a vida é um grande segredo de uma só palavra.
no peito eu carrego a saudade. da terra. do sol. dos quentes abraços. do colo da mãe. dos olhos do pai. dos amores passados. dos amigos amados. do meu teatro encantado.

no sonho. eu sonho acordada. tudo ainda é possivel. e sempre será. que venha. venha. venha. e me leve. estou aqui. e vou aprender a voar!

domingo, 1 de março de 2009

o sol!

em terras frias talvez o segredo de um sorriso
esteja simplesmente escondido em uma
manhã abençoada pelo sol!

quarta feira de cinzas francesa

quarta de feira de cinzas em paris tem sol

e eu descubro que o sol enche o peito de esperança

é por isso que no brasil a gente sorri muito mais fácil

do que aqui na frança!

regresso

e o esperar se faz ainda senhor das horas

as pergunats são ainda consatantes

as respostas distantes

distantes?

ou se deitam ao meu lado?

caminho...

em mim,

através de mim.

para fora de mim,

para dentro,

em torno...

sinto saudades,

sinto vontades...

ainda queria que ele voltasse,

ainda o espero é bem verdade!

ele?

ainda me quer...

meus senhores,

ele me quer...

me quer!

mas não sabe se vem,

quando vem,

a que horas?

se vem...

então o esperar,

é ainda rei e se deita ao meu lado,

e sorri cruelmente

para este corpo que deseja ardentemente,

este tal regresso,

que tarda,

mas não falha!

amém!